Abertura
(Poema de "Entre-Corpos")
Porque não bates na minha
vidraça,
Meu Amor tão esperado?
Porque te manténs nesse
silêncio
Que me acabrunha a alma,
Ávida pela tua chegada?
Tens medo de voltar a amar-me
E de voltares a sofrer?
‑ Amar também é sofrer.
O Amor não ausenta o sofrimento.
Mas, o Amor… lembraste?
Também é o Prazer da chama que
se exalta
E trás a Felicidade.
Porque te retrais, meu Amor?
Por que te fechas num espaço
imaginário,
Sem alcance, onde me colocas
numa redoma
Ao mesmo tempo aberta e
fechada ao teu sentir?
‑ Tem coragem. Vá... tem
coragem.
Descobre-te. E move-te. E
declara-te.
O medo traz consigo a solidão
Que aborta o Amor e separa os
amantes.
Porque te espantas com esta
Realidade tão óbvia?
Conheces outra nas coisas do
Amor?
Isabel Rosete
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