sábado, 27 de outubro de 2012

"O MAIS EFÉMERO", por Isabel Rosete, in "ENTRE-CORPOS"



"Grávida do mais profundo silêncio
Ainda escuto a tua voz, meu Amor,
De um timbre inigualável,
De abalos momentâneos,
De imediatos entusiasmos de impulsividade,
De um querer que assim que é
Deixa logo de o ser.

Em mim reina o mais efémero
De todos os efémeros sentimentos
De uma vontade in-constante.

Suave, subtil, encantatório,
Por instantes, levas-me pela tua mão,
Meu Amor, para os intrincados labirintos
Da Paixão onde nada se aquieta.

O círculo do Prazer e da ausência da Dor,
Também da Felicidade e da Solidão,
Dos espasmos das recordações,
Dos perturbantes fluxos da memória...
Sempre se ergue, ciclicamente, numa harmonia 
Interpolada de encontros e desvios orgásticos,
Que a Alma intrigam e o Corpo excitam
E incitam, à mais plena fusão."

Isabel Rosete, in "ENTRE-CORPOS" 
Desenho: Mário Branco, 2001

13 comentários:

  1. que belíssimo poema!

    gostei muito, muito.

    um bom fim de semana.

    um beij

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  2. Respostas
    1. Pode ser! Quem sabe!
      O Amor vem quando tem vir!
      Obrigada pela sua visita e comentário.
      Surja sempre!
      Cumprimentos.

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  3. E nesses efémeros sentimentos cabem tantas sensações, tanto ter e ser!... Claro que este é um devaneio pós-leitura.
    Gosto! Não como uma sentença ou votação efémera, mas como um prazer e fruição.
    beijinho

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    1. Muitíssimo obrigada pela sua leitura,interpretação e comentário deste meu/seu poema.
      Talvez tudo,quase tudo, possa ser eterno na sua efemeridade que,assim,pode deixar de o ser.
      Vivo a eternidade de cada efémero!
      Bem-haja pela sua presença aqui.
      Saudações poético-filosóficas,
      Isabel Rosete

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  4. Grávida de um amor suave, subtil e encantatório....como todo o amor, na verdade.

    Dos intrincados labirintos da paixão já não diria o mesmo.

    Muito belo. Gostei.

    Beijinho

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    Respostas
    1. As minhas paixões têm vivido,sempre,nesses intrincados labirintos. Como só escrevo o que sinto e é em mim, assim surgiu essa tese em verso.
      Grata pelos seus comentários e pela sua presença aqui. Gosto sempre de saber da leitura/interpretações dos outros sobre aquilo que escrevo. É um momento de reflexão e de aprendizagem.
      Até sempre...!
      Saudações poético-filosóficas,
      Isabel Rosete

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  5. Estão aqui em evidencia os cinco sentidos.
    Um brinde ao livro, ttiiimmmttiiimmm.
    Bj

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  6. ...traigo
    ecos
    de
    la
    tarde
    callada
    en
    la
    mano
    y
    una
    vela
    de
    mi
    corazón
    para
    invitarte
    y
    darte
    este
    alma
    que
    viene
    para
    compartir
    contigo
    tu
    bello
    blog
    con
    un
    ramillete
    de
    oro
    y
    claveles
    dentro...


    desde mis
    HORAS ROTAS
    Y AULA DE PAZ


    COMPARTIENDO ILUSION
    ISABEL



    CON saludos de la luna al
    reflejarse en el mar de la
    poesía...




    ESPERO SEAN DE VUESTRO AGRADO EL POST POETIZADO DE DJANGO, MASTER AND COMMANDER, LEYENDAS DE PASIÓN, BAILANDO CON LOBOS, THE ARTIST, TITANIC…

    José
    Ramón...

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  7. Deixo aqui a minha assinatura e um beijo com carinho.

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  8. Linda exploração do "sensual" e o fez com precisão, eletricidade e elegância:"...onde nada se aquieta"!

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  9. Linda exploração do "sensual" e o fez com precisão, eletricidade e elegância:"...onde nada se aquieta"!

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