quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Isabel Rosete, "NÉCTAR", in "ENTRE-CORPOS"

Néctar

«Quero amar o teu corpo nu
Em todos esses pedaços
Que por ti vagueiam des-troçados,
Uni-los e integra-los em mim.

Quero consumir todo o teu néctar
Em cada orgasmo libertado,
Esparso pelos teus interstícios
Já abertos a todas as libertações;

Quero sugar-te as entranhas
Como um animal no cio,
Libidinosamente ansioso,
Insatisfeito pelo desejo intenso
Que, em nada, se consome.

Amo-te por e em todos os teus poros
Por onde transpiras uma sensualidade
Única e irresistível.

És uma tentação permanente!

És a tentação consciente
Que jamais se apaga da minha memória!

És a tentação, lúcida,
De todos os meus desejos e quereres,
Insaciáveis, mergulhados
Neste turbilhão dos instintos
Que sempre me movem
Para dentro de ti,
Onde, então, permaneço
Afagada pelo calor do teu prazer.»

Isabel Rosete, in "ENTRE-CORPOS" 

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