sábado, 5 de novembro de 2011

Uma interpretação de "ENTRE-CORPOS", por Gonçalo Rosete

Texto da Contra-capa:

«Há corpos que se atiram contra outros corpos. Uns compulsivamente, outros suavemente. Desse choque, dá-se a transformação da alma-encharcada em alma-fogo. O amor-fogo é fruto desse debater-se intenso entre-corpos. Amor-fogo, amor de Orfeu, que procura a alma-fogo de Eurídice, para a depositar num corpo-quente. Ao debaterem-se, não deixam que a chama-pulsão contida neles, deixe de ser enxuta. Enxuta, porque quente. Quente, porque bom condutor para emocionar.
Estes corpos auto-hesitantes, por vezes, querem e não querem; por outras, amam e não amam o outro corpo. Vivem numa contínua repulsa e proximidade. Mesmo que tencionados um no outro, as almas-fogo, nunca se fundem, nunca se queimam juntas. Fora das almas-fogo, fora dos corpos-quentes, só reside o frio: a morte.»
Gonçalo Rosete

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