segunda-feira, 10 de outubro de 2011

"TACTO"

Uma pequena mostra do interior de "ENTRE-CORPOS":

«Mãos macias são as tuas, meu Amor,
Deslizando pelos contornos do meu
Corpo débil, frágil, encolhido…
No majestoso calor que elas emanam em mim.

Sobem e descem, as tuas mãos, meu Amor,
Dentro e fora de mim,
Em movimentos ora singelos e leves,
Ora intensos e extasiantes.

Arrepiam-me até aos confins
De todos os meus poros,
Até ao mais íntimo da minha alma
Acalentada pelo teu cheiro, ímpar,
Que em mim penetra e fica
Como um fóssil
Por todo o meu corpo estendido.

Emaranho-me nas tuas mãos, meu Amor,
Como num lençol de cetim vermelho,
Fresco, escorregadio… raiando de sensualidade
Por onde os nossos corpos deslizam,
Suados e consolados, pelo prazer do Amor.

Assim te quero, assim te desejo, meu Amor,
Por entre as tuas mãos que o meu corpo conhecem
Nos mais finos detalhes, até nos mais encobertos.

Nunca deixarei de te amar, meu Amor,
Mesmo que as tuas mãos pereçam
E nunca mais me toquem.»

Isabel Rosete, in "ENTRE-CORPOS", Edições Ecopy, 2011
Ilustração: Mário Branco, "Sem Título",2007

6 comentários:

  1. É um belo poema com uma sensualidade que desliza pela pele suavemente.

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  2. Relendo....fascinou-me a subtileza das palavras roçando o erotismo, mas com uma classe plena de beleza.

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  3. Foi mesmo esse efeito que pretendi fazer notar no leitor deste e de outros poemas do género.
    Grata pela sua presença aqui.

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  4. Porra...Adorei porque provocou sensações em mim...Grato minha querida.

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    1. Grata eu, meu querido amigo.
      Sensações provocam sensações.

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