quinta-feira, 17 de maio de 2012



É com muito carinho e consideração que convidamos V. Exª, família e amigos, para o lançamento do livro "ENTRE-CORPOS", de Isabel Rosete, a realizar no dia 19 de MAIO de 2012, SÁBADO, às 17.30 h, na Livraria FNAC, Centro Comercial COLOMBO, LISBOA.
Apresentação da obra e declamação de poesia pela autora.
Saudações poético-filosóficas,
Isabel Rosete

sexta-feira, 4 de maio de 2012



Depois da Morte
(Poema de "Entre-Corpos")



Não sabeis que a Vida e a Morte,
Que a Morte e o Amor se completam,
Pobres gentes de rosto encoberto?

O que fazeis neste Mundo,
Enfermos vivos, farrapos de Nada,
Se o outro não vos espera mais?

E mesmo que um outro Mundo exista,
Não sabeis que lá, nesse outro,
Seja ele qual for, não tendes lugar?

Sois apátridas, sois atopos,
Meros pedaços difundidos, sem ordem,
Sem autoridade, seja lá para o que for.

Não viveis. Apenas vegetais, em parte incerta,
De um modo qualquer que não é, nem o vosso,
Nem o de ninguém, porque ninguém sois.

Isabel Rosete

CONVITE para a 7ª Sessão de apresentação do meu/vosso livro "ENTRE-CORPOS"




Brilho opaco
(Poema de "Entre-Corpos")


O que esperais depois do Amor?

A fumaça dos cigarros
Que libertam o relaxamento
Da tensão do prazer?
A frustração de uma paixão não resolvida
Que fustiga o cérebro?
O desespero inaudível que se escuta
Na cadência inesperada da Morte do Amor?

O que esperais depois do Amor?

O silêncio da Alma que diz o não-dito,
O que ficou por dizer
No Corpo ainda estremecido?
A resposta inexistente
Que permanece aberta por entre
O suor, o riso e as lágrimas?

O brilho opaco das secreções que restam
Espalhadas nos lençóis enlaçados
De uma cama desfeita?
O cheiro molhado
Dos corpos exaustos e amortecidos?

Uma outra erupção libidinal que reinicia
Mais um ciclo de cio?
O não do esgotamento da semente que,
Teimosamente, não fermenta?

O que esperais depois do Amor?

Isabel Rosete









Abertura
(Poema de "Entre-Corpos")

Porque não bates na minha vidraça,
Meu Amor tão esperado?
Porque te manténs nesse silêncio
Que me acabrunha a alma,
Ávida pela tua chegada?

Tens medo de voltar a amar-me
E de voltares a sofrer?
‑ Amar também é sofrer.
O Amor não ausenta o sofrimento.
Mas, o Amor… lembraste?
Também é o Prazer da chama que se exalta
E trás a Felicidade.

Porque te retrais, meu Amor?
Por que te fechas num espaço imaginário,
Sem alcance, onde me colocas numa redoma
Ao mesmo tempo aberta e fechada ao teu sentir?

‑ Tem coragem. Vá... tem coragem.
Descobre-te. E move-te. E declara-te.

O medo traz consigo a solidão
Que aborta o Amor e separa os amantes.
Porque te espantas com esta
Realidade tão óbvia?
Conheces outra nas coisas do Amor?

Isabel Rosete