sexta-feira, 4 de maio de 2012



Depois da Morte
(Poema de "Entre-Corpos")



Não sabeis que a Vida e a Morte,
Que a Morte e o Amor se completam,
Pobres gentes de rosto encoberto?

O que fazeis neste Mundo,
Enfermos vivos, farrapos de Nada,
Se o outro não vos espera mais?

E mesmo que um outro Mundo exista,
Não sabeis que lá, nesse outro,
Seja ele qual for, não tendes lugar?

Sois apátridas, sois atopos,
Meros pedaços difundidos, sem ordem,
Sem autoridade, seja lá para o que for.

Não viveis. Apenas vegetais, em parte incerta,
De um modo qualquer que não é, nem o vosso,
Nem o de ninguém, porque ninguém sois.

Isabel Rosete

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