sexta-feira, 4 de maio de 2012



Abertura
(Poema de "Entre-Corpos")

Porque não bates na minha vidraça,
Meu Amor tão esperado?
Porque te manténs nesse silêncio
Que me acabrunha a alma,
Ávida pela tua chegada?

Tens medo de voltar a amar-me
E de voltares a sofrer?
‑ Amar também é sofrer.
O Amor não ausenta o sofrimento.
Mas, o Amor… lembraste?
Também é o Prazer da chama que se exalta
E trás a Felicidade.

Porque te retrais, meu Amor?
Por que te fechas num espaço imaginário,
Sem alcance, onde me colocas numa redoma
Ao mesmo tempo aberta e fechada ao teu sentir?

‑ Tem coragem. Vá... tem coragem.
Descobre-te. E move-te. E declara-te.

O medo traz consigo a solidão
Que aborta o Amor e separa os amantes.
Porque te espantas com esta
Realidade tão óbvia?
Conheces outra nas coisas do Amor?

Isabel Rosete

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